Passam hoje quinze anos sobre a morte de Kurt Donald Cobain. Passaram já quinze anos sobre a morte do mito de toda uma geração, da dos grungers dos anos noventa. Naquele tempo não havia ipods, eu ouvia Nirvana num walkman vermelho que tornava a voz rouca e sofrida de Cobain em algo ainda mais ranfonho, ainda mais doloroso, não para os ouvidos adolescentes, mas para um interior também adolescente que se julgava tão sofrido quanto o dele.
Hoje ouço na perfeição, no meu ipod, aqueles clamores roucos, até os sussuros tímidos daquele já há muito havia partido por dentro, mas que se mostrava perfeitamente criança no comprimento louro do seu cabelo sempre desgrenhado. Morreu a oito de Abril de 1994. Oficialmente suicidou-se mas, quanto a isso há diversas teorias. O que importa realmente é saber que os miúdos continuavam a deixar crescer os cabelos de oiro até aos ombros, não deixaram de usar as velhas camisolas de malhas listradas a vermelho e preto nem de pegar nas suas guitarras para chorar as suas vidas, nuvens carregadas.
Quem se lembra dele hoje? Ou melhor, quem consegue esquecer? Aquele unplugged na MTV, cuja decoração, aos olhos de hoje, pareceria já um prenúncio, a forma como cantava Pennyroyal Tea, a maneira única de pronunciar “girl” e “the man who sold the world”, os solos da guitarra triste, o sublime e a treva em cada palavra.
Já passaram quinze anos sobre o tímido florescer da minha adolescência rebelde e ainda gosto tanto da voz de Cobain a dizer as suas palavras de dor. Já não é uma dor adolescente, é uma saudade boa da dor adolescente.
Hoje ouço na perfeição, no meu ipod, aqueles clamores roucos, até os sussuros tímidos daquele já há muito havia partido por dentro, mas que se mostrava perfeitamente criança no comprimento louro do seu cabelo sempre desgrenhado. Morreu a oito de Abril de 1994. Oficialmente suicidou-se mas, quanto a isso há diversas teorias. O que importa realmente é saber que os miúdos continuavam a deixar crescer os cabelos de oiro até aos ombros, não deixaram de usar as velhas camisolas de malhas listradas a vermelho e preto nem de pegar nas suas guitarras para chorar as suas vidas, nuvens carregadas.
Quem se lembra dele hoje? Ou melhor, quem consegue esquecer? Aquele unplugged na MTV, cuja decoração, aos olhos de hoje, pareceria já um prenúncio, a forma como cantava Pennyroyal Tea, a maneira única de pronunciar “girl” e “the man who sold the world”, os solos da guitarra triste, o sublime e a treva em cada palavra.
Já passaram quinze anos sobre o tímido florescer da minha adolescência rebelde e ainda gosto tanto da voz de Cobain a dizer as suas palavras de dor. Já não é uma dor adolescente, é uma saudade boa da dor adolescente.
Sem comentários:
Enviar um comentário