Na mão trouxe o pomo dourado
Apareceu, qual cisne, ela Leda.
Tanta luz deixou-a assim queda,
Que o julgou Prometeu alado.
Deixou ele cair o manto em seda.
O fogo amainou por um bocado.
Ela reconheceu o rosto rosado
No intervalo de uma labareda.
E quis ela por momentos
Num devaneio de gestos lentos
Num pesadelo em tons de preto
Perfumá-lo com unguentos,
Mas quando relembrou lamentos
Exorcizou-os num soneto.
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