sexta-feira, 23 de outubro de 2009

nadas


Saí do bar a dançar com Diónisos e a notícia caiu em mim como uma bomba. Diónisos fugiu. Deixou-me atónita e incrédula, parada, como uma estátua, no meio da calçada velha, junto à Sé. Respirei fundo mas as lágrimas já caíam e na minha cabeça já passavam imagens à velocidade da luz, ecos de vozes que agora são de antes. As tardes passadas lá em casa, o sorriso tímido, o falar pausado, as noites de boémia. As recordações misturaram-se depois com conclusões, constatações, coisas que já faziam algum sentido, muitas dúvidas também, ninguém falava e porquê, soubemos de repente.
E agora? É lembrar aquela força inabalável e a vontade de viver plenamente até ao fim, apreciar a vida até ao último dia, saber lidar com os nadas e ainda assim sorrir. Lidar com nadas e sorrir é saber viver.

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