Uma brisa inesperada sacudiu um ramo da velha cerejeira sob a qual eu saboreava os moles raios de sol das primeiras horas da manhã. Uma flor caiu de mansinho no meu regaço e fitava-me sorrateiramente do colo do meu vestido de linho. Alguém a pintou com mil tons de rosa, uma pintinha preta aqui e ali, e brilhava muito sob o sol que ainda tinha vergonha de aparecer.
Parece que foi a primeira vez que eu atentei numa flor. Escutei-lhe nos contornos e na forma o desejo de ter asas, li-lhe nas cores a vontade de voar, os seus apóstrofos verbalizavam palavras que não existem. Olhei-a de todos os lados, senti-lhe a maciez com a ponta dos dedos e peguei-lhe como quem pega numa chávena da melhor porcelana. A sua pequenez era grandeza na palma da minha mão.
Soprei a plenos pulmões e a flor abriu as asas e fugiu para além do que eu pude ver. Foi com o vento e levou-me para longe.
Parece que foi a primeira vez que eu atentei numa flor. Escutei-lhe nos contornos e na forma o desejo de ter asas, li-lhe nas cores a vontade de voar, os seus apóstrofos verbalizavam palavras que não existem. Olhei-a de todos os lados, senti-lhe a maciez com a ponta dos dedos e peguei-lhe como quem pega numa chávena da melhor porcelana. A sua pequenez era grandeza na palma da minha mão.
Soprei a plenos pulmões e a flor abriu as asas e fugiu para além do que eu pude ver. Foi com o vento e levou-me para longe.
Sem comentários:
Enviar um comentário